Editora Unisinos completa 25 anos

Conheça um pouco sobre a historia da editora

Crédito: Rodrigo W. Blum

Fundada em 1993, a Editora Unisinos publica obras de caráter acadêmico, de autores nacionais e estrangeiros. Seu programa editorial envolve áreas como filosofia, teologia e comunicação, além de uma coleção de livros de bolso, a Coleção Aldus, que reúne assuntos relevantes, em linguagem acessível.

E para marcar esses 25 anos de história conversamos com o editor-executivo da Editora Unisinos, Carlos Alberto Gianotti.

Confira a entrevista abaixo:

A Editora Unisinos foi criada com qual objetivo?

– O projeto da Editora Unisinos foi elaborado em 1992. No mês de janeiro do ano seguinte comecei a sua implantação. Isso se deu aos poucos, à medida que se iam publicando os primeiros títulos. Editoras universitárias são criadas para fazer circular o conhecimento científico gerado no ambiente acadêmico, por meio dos livros que editam. Essa é uma visão um tanto simplificada ou antiga, pois a elas compete algo mais, como produzir livros que possam interessar ao público não acadêmico, e buscar obras no estrangeiro para tradução. É o que temos procurado fazer.

Quem participou da fundação da Editora, e de que forma você destaca a importância dessas pessoas?

– Fui editor de uma revista de divulgação científica, do então Centro de Ciências Exatas da Unisinos, a revista Scientia, desde 1986. Talvez por isso, a reitoria convidou-me para elaborar o projeto de uma editora na Unisinos. Das decisões que foram tomadas após a conclusão do projeto, participaram o então pró-reitor de Administração, Prof. Teodoro e, especialmente, o vice-reitor, Pe. Egydio Schneider, este com especial presença proativa nesse início.

Desde a fundação da Editora você está à frente dos trabalhos realizados por ela. Fale um pouco do histórico da Editora e dos momentos mais importantes nesses 25 anos de história:

– A Editora começou obviamente do nada. No início, funcionava numa sala, com duas mesas, uma máquina de escrever eletrônica, um ramal telefônico e um armário. Dá para imaginar? Era isso. Aos poucos foram surgindo os primeiros títulos publicados, e dessa forma a Editora se estava implantando e, mais tarde, consolidando. Devo notar que durante os anos anteriores ao da criação da Editora, existia na Unisinos um Núcleo de Publicações, coordenado pelo saudoso Pe. Evaldo, encarregado de editar as revistas científicas da Universidade. Esse Núcleo foi absorvido pela Editora. Claro que momento importante de uma Editora é o de levar a bom termo um grande projeto editorial. Eles não são muitos, em função de a sua implementação representar custos proporcionais a sua grandeza. Devo dizer que encaramos dois projetos dessa natureza: o primeiro, a tradução do francês do Dicionário de ética e filosofia moral, de Canto-Sperber, na primeira edição em dois volumes com total de mais de 1.700 páginas, projeto em que trabalhou uma equipe de tradutores e vários revisores técnicos; o segundo foi a tradução do inglês da Enciclopédia do design, de Mel Byars, obra especial com mais de setecentas imagens coloridas, também com vários tradutores. Seriam duas mega edições para uma Editora com recursos humanos reduzidos. Hoje, diria que nossas edições, em 50% dos casos, são de traduções.

Qual a estrutura quanto a recursos humanos?

– Olha, trabalhamos de forma bastante enxuta. Diria mesmo que isso é um valor. Conto, desde o início, com uma analista administrativa, a Rosângela, que cuida da parte de ordenação burocrática. Há um responsável pelo estoque e pelas vendas, o Wesley, e um profissional diagramador, José Luiz. Os serviços de elaboração dos projetos visuais das capas e os de revisão são terceirizados, bem como os de tradução. Contamos com prestadores desses serviços da melhor competência.

Atualmente, quais as coleções que são publicadas e que áreas de interesse elas abrangem?

– Temos cinco coleções ativas. A Coleção Ideias, que acolhe títulos de alto padrão na temática de filosofia, com um bom número de títulos traduzidos. A Coleção Focus, abriga trabalhos qualificados, de diferentes áreas das humanidades. Dìke é a coleção das obras de Filosofia do Direito. TheologiaPublica é a coleção que recebe obras em teologia, contando com uma gama de teólogos de renome internacional entre os publicados. Finalmente, a Coleção Aldus, de livros de bolso, que se destina ao público não acadêmico, com títulos que escolhemos e convidamos pessoas para os escrever. A Aldus é o nosso carro-chefe de vendas. Nela está o livro mais vendido da Editora, A detração – Breve ensaio sobre o maldizer, escrito, por encomenda, por Leandro Karnal.

Quantos livros já foram editados desde 1993?

– Foram 571 títulos publicados. Uma média de 22 títulos por ano. A Editora participa da produção dos livros destinados ao EAD Unisinos, estes no total de 326 títulos.

Qual a tiragem de obras vendidas nesses 25 anos?

– Livros acadêmicos não são de grande circulação, uma vez que são especializados e o público alvo é reduzido. Ademais, poderia se aduzir que no Brasil as pessoas lêem pouco, a média de livros por pessoa/ano é muito baixa, não deve chegar a três. Nossa tiragem de primeira edição, de qualquer obra nacional, fica em torno de 500 exemplares; para obras traduzidas a tiragem inicial é mil exemplares. O principal problema das editoras universitárias é a distribuição, a comercialização das obras.

O que diferencia uma editora universitária de uma editora sem vínculo com uma universidade?

– Editoras universitárias publicam obras técnico-científicas, e, em geral, não publicam ficção: não é esse o seu propósito, entendo eu. As editoras ditas “comerciais”, isto é, empresas no sentido exato do termo, que visam ao lucro, publicam obras de grande circulação, como ficção, best-sellers internacionais, autoajuda em abundância, didáticos, etc. No Brasil, com raras exceções, editoras universitárias são deficitárias; mas isso é, digamos, absorvido, porque elas visam a prestar um serviço de divulgação dos saberes. Considera-se como investimento da universidade.

Quais os planos da Editora para os próximos anos?

– Concretamente, até 2019, estamos tocando um projeto de tradução de quatro títulos alentados, sendo que um deles em quatro volumes. Isso é investimento significativo e trabalho para dois anos. Claro que ainda haverá as obras nacionais, mas isso corre conforme a demanda.

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