“A economia é basicamente senso comum”, afirma diretor-geral do Fundo Orange

Professor Fernando Diz fala sobre a diferença entre investir e especular

O diretor-geral do Fundo Orange, Fernando Diz, é especialista em finanças corporativas. Ele é autor de muitas publicações na área de gestão e finanças, de forma bem específica, em avaliação de empresas. O professor também atua na área de gestão de recursos de terceiros avaliando empresas e negócios. Argentino e residente nos Estados Unidos há 30 anos, veio ao Brasil para contribuir com sua experiência no Seminário Tópicos Especiais em Gestão e Negócios I, que ocorreu entre os dias 18 e 22/05, na Unisinos.

O tópico principal tratado pelo professor foi a diferença entre investir e especular, para que não se perca dinheiro. Ele ressalta que saber a diferença entre ambos teria ajudado um incontável número de pessoas a não perderem as economias de uma vida inteira em vários anos específicos da história. Diz avalia a desvalorização da economia do Brasil como consequência da exploração dos países desenvolvidos.

“A economia brasileira é, em muitos aspectos, semelhante à economia de outros países da América Latina. Nos anos de 2008 a 2009, os Estados Unidos fizeram o que nós chamamos de massiva desvalorização de capital, e, em resultado disso, a moeda dos países latinos foi valorizada. Isso auxiliou os Estados Unidos a sair da crise. Enquanto os países industriais cresceram, a moeda latino-americano foi desvalorizada”.

Para o professor, o sentimento de que os governos latino-americanos estão fazendo algo de errado é simplório, pois, na verdade, tudo começa nas grandes potências. Ele explica que o que ocorre é que o mercado de commodities, nos países latino-americanos, tem problemas cíclicos e temporários. Consequentemente, a habilidade de importar se tornou mais cara. Nesse sentido, os governos têm de reagir, para que possam continuar a trazer para dentro do país produtos que custam caro sem acumular muitas dívidas.

“A economia é basicamente senso-comum”, destaca. Para ele, um dos sentimentos que o Brasil e os outros países da América Latina não deveriam ter é complexo de inferioridade, ou seja, esses países acreditam que estão fazendo menos do que poderiam nesse período. “Na realidade, não são os seus feitos que os prejudicam, são os dos outros. E eles têm de reagir para proteger a sua economia e para ter certeza de que não terão de tomar dinheiro emprestado para conseguir manter os produtos que importam”, afirma.

Ele avalia que um dos aspectos positivos do Brasil é que o país tem avançada economia industrial. “Vocês podem exportar aviões, por exemplo”, comenta. Nas aulas, Diz exemplifica com empresas como Embraer, Gol e Itaú, comparando com empresas estrangeiras. Segundo ele, o Brasil tem capacidade de ser um país muito desenvolvido. “Os brasileiros deixaram valiosas contribuições ao mundo nesse ramo. E, hoje, ele é um forte competidor na produção de aeronaves. A Embraer é conhecida no mundo inteiro pela qualidade de seus aviões. Acredito que os brasileiros devem olhar para as muitas coisas positivas que alcançaram ao longo dos anos, em vez de pensarem que nunca são bons o suficiente”, enfatiza.

Além disso, o professor ressalta a necessidade de as pessoas trabalharem desde cedo. “Isso traz outra visão aos investidores”. Ele lembra que os jovens estão entrando no mundo dos negócios cada vez mais precocemente. “Você já ouvir falar no Hoover? É fantástico! Todos podem ser taxistas. A ação é uma maneira de ganhar dinheiro extra, é algo que proporciona emprego a quem quiser”, entusiasma-se. “São os jovens os que mais criam produtos inovadores, eles estão desafiando as grandes companhias”.

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