8º Fórum Brasil Coreia: A Transformação Digital e o Impacto na Sociedade da Informação

8º Fórum Brasil Coreia: A Transformação Digital e o Impacto na Sociedade da Informação

Crédito: Reprodução YouTube

“Em todo momento de crise, as oportunidades também aparecem”, afirmou Susana Kakuta, CEO do Tecnosinos e diretora de Inovação da Unisinos, durante o encerramento do 8º Fórum Brasil Coreia. A cerimônia online ocorreu nessa terça-feira, 1º de dezembro, e foi marcada por palavras de gratidão e de celebração da parceria entre os países, que se cultiva na universidade há mais de uma década.

Iniciado em 2011, o Fórum tem como objetivo central compartilhar conhecimento entre pesquisadores e estimular a inovação e o desenvolvimento econômico e tecnológico. O tema central tem sido os semicondutores, consolidado pela instalação da empresa HT Micron no Tecnosinos, uma Joint Venture com a empresa Hana Micron, da Coreia do Sul. Ainda assim, o Fórum também possui discussões e workshops em IoT (Internet das coisas), sustentabilidade e saúde. O tema desse ano foi a transformação digital e o impacto disso na nova sociedade da informação.

O panorama dessa cooperação foi apresentado no início da cerimônia, seguido de falas de autoridades acadêmicas, políticas e empresariais. O primeiro convidado a falar foi o decano da Escola Politécnica, Sandro Rigo que considerou a relação com o Tecnosinos e a HT Micron como um exemplo da posição da universidade de se consolidar como referência global em pesquisa, destacando o papel do fórum no desenvolvimento de uma cultura de “colaboração, multiculturalismo, multidisciplinaridade e inovação”. Na sequência, Chang-Ho Choi, presidente da Hana Micron, lembrou de quando fez a primeira participação no Fórum Brasil Coreia, oito anos atrás, expressando a paixão e ambição que sente pelo futuro das relações com o Brasil. Apontou a Unisinos como “a melhor universidade do país” para a Coreia e encerrou com uma mensagem de esperança sobre o fim da pandemia.

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Secretário de Inovação e Tecnologia, Luis Lamb afirmou ter certeza de que a relação de mais de década está mostrando aos coreanos, especialistas em indústria de alta tecnologia, o potencial de inovação do RS. “O nosso Estado também produz tecnologia que pode ter um grande impacto”, enfatizou. Outro representante do poder público falou na abertura, Lee Jang-keun, embaixador da Coreia do Sul no Brasil, e apresentou um pouco das políticas de desenvolvimento econômico que foram iniciadas na Coreia, uma relacionada à tecnologia e outra à sustentabilidade. O embaixador ainda mencionou a importância de se ter infraestrutura para a smart-ificação da economia, e sobre a crescente pressão para a inovação na tecnologia de ponta do segmento DNA – Data, Network, AI (Dados, Rede e Inteligência Artificial) devido ao coronavírus.

O reitor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino transmitiu uma mensagem de paz e colaboração. Apesar das diferenças culturais, disse que os times aprenderam como trabalhar juntos, e celebrou toda conquista até aqui, apontando para o futuro: “Agora temos uma aliança para a inovação”, disse, “acreditamos no Brasil, acreditamos na Coreia, acreditamos na paz”.

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Passado x Futuro – Desafios e oportunidades para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul no âmbito da transformação digital

O painel seguinte trazia a perspectiva para o RS, enquanto abordava a perspectiva do poder público, empresarial e então da produção de conhecimento na universidade. Os painelistas foram o secretário Luis Lamb, o CEO da HT Micron em São Leopoldo, Chris Ryu, e o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada, Rodrigo Righi. A mediação foi feita pela CEO do Tecnosinos, Susana Kakuta.

Na abertura do painel, Kakuta reforçou a potência do RS, por sua economia diversificada, em desenvolver uma nova economia do conhecimento. Exemplificou as mudanças na tecnologia nos últimos anos, como a tecnologia nos mudou e a importância da inovação para a economia. Defendeu, então, que “a transformação digital é estratégia chave para a competitividade econômica”.

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Em reforço a ideia apresentada por Kakuta, o secretário Luis Lamb aponta a economia do século XXI como “do conhecimento”. Com dados sobre o Estado, Lamb mostrou a produtividade científica do RS, de 10 a 11% de toda produção brasileira, tendo apenas 6% da população. “Ainda há espaço para melhorar”, afirmou, “no nosso Estado nós mostramos que podemos criar ciência de qualidade. Mas em questões de colocar no mercado, ainda temos muito o que aprender”. Houve forte defesa da necessidade de investir mais na transferência de tecnologia e na colaboração entre os setores. Destacou a importância da gestão “ESG”, de atenção ambiental, social e governamental (Environmental, Social and Governmental Issues): “além de ter uma força de trabalho muito mais preparada, é preciso construir uma cultura que é mais responsável e mais preocupada com o futuro do planeta”. Por fim, lembrou de um texto do acadêmico Alan Turing, pai da computação moderna, que dizia haver “um caminho muito curto pela frente, mas com muito a se fazer”.

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Chris Ryu, CEO da HT Micron, apresentou a estrutura da empresa e a área de atuação. Com mais de 200 empregados, a HT Micron é especializada na criação e produção de semicondutores, pequenos chips amplamente utilizados no mercado de Smartphones e Smart TVs. Em 2019, a parceria com a Unisinos tornou possível o desenvolvimento do primeiro chip de circuito integrado de componentes múltiplos para produtos do mercado de Internet das Coisas (IoT). Defendeu os investimentos na área, e a apontou como uma indústria chave para transformar a vida e as empresas para melhor – ainda que seja pouco incentivada pelo governo. “IoT é a vacina técnica para a economia”, disse.

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Desde 2011, mais de 5000 pessoas foram impactadas pelos eventos do Fórum Brasil Coreia. Parte dessa história foi apresentada pelo professor e coordenador Rodrigo Righi. Com inúmeras oportunidades de mobilidade acadêmica, intercâmbios, pesquisas e publicações conjuntas, sendo 12 acordos acadêmicos junto a instituições coreanas, a parceria entre os países também gerou a criação do itt Chip – Instituto Tecnológico de Semicondutores e o Programa de Mestrado em Engenharia Elétrica com dupla titulação. Apresentou, também, produtos que estão sendo desenvolvidos pela pesquisa, desenvolvimento e inovação na HT Micron e classificou a parceria como um caso de sucesso de colaboração entre governo, universidade e empresas para a integração de um ecossistema baseado em ciência, em que o foco são as pessoas: “Nós temos que entregar um resultado positivo para a sociedade”.

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