11º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design

Unisinos, UFRGS e Uniritter realizam o evento mais importante da área no país

Crédito: Rodrigo W. Blum

Você já parou para pensar sobre o que é o Design e qual a sua importância para a sociedade? O Design, nas suas diferentes ênfases, é mais do aquilo que pode ser admirado como projeto visual. Enquanto área do conhecimento, reflete importantes questões em âmbitos diversos, de forma transdisciplinar e abrangente. Como ferramenta criativa, tem feito a diferença nos processos estratégicos de organizações, com resoluções inovadoras. Esses e outros debates ganham espaço no 11º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design (P&D), lançado oficialmente ontem, em Gramado. O evento, que é organizado pela Unisinos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Ritter dos Reis (Uniritter), vai até amanhã, dia 2 de outubro.

Sustentabilidade, sociologia, arquitetura, arte e tecnologia estão entre os temas abordados nesta edição do evento, que recebeu quase 1500 trabalhos científicos, entre artigos e protótipos, para serem submetidos pela banca avaliadora, Destes, 545 foram selecionados. Além dos trabalhos, as palestras e workshops também dão conta de aproximar o público das potencialidades da área. “O número de participantes e de submissões correspondem à relevância do congresso no cenário brasileiro”, afirmou Felipi Campelo, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Design e membro da comissão organizadora do P&D, na abertura do evento. “Este é um momento de renovação do fórum sobre a evolução do Design como uma área da ciência. Só no Rio Grande do Sul temos oito Programas de Pós Graduação na área, que compartilham princípios”, completou o professor Ricardo Triska, Coordenador da Área de Arquitetura, Urbanismo e Design junto a CAPES. Para ele, o congresso legitima o legado que se pretende deixar aos novos profissionais, que têm a geração atual (e o que é construído e debatido na atualidade) como exemplo a ser seguido. “Recebemos o pioneirismo e patamares para a nova geração. Não promovemos a concorrência, mas a construção colaborativa”, encerrou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Pesquisa e desenvolvimento em Design

“A invenção é típica do ser humano. O Design é somente uma das áreas que trabalham com isso. A proposta é transcendermos as fronteiras das especificidades e promover uma troca entre as áreas inventivas do conhecimento”, defendeu Celso Carnos Scaletsky, professor da Unisinos, na apresentação da pesquisa realizada em parceria com Stan Ruecker, professor do Instituto de Design do ITT/Chicago.

Avançar as fronteiras do Design e confluir em outras áreas. Ser inventivo, criativo e promover o bem. Viviane Peçaibes, mestranda na Unisinos, seguiu com êxito estes propósitos. Ela expõe, no salão de protótipos, “O Design Estratégico como auxiliar no tratamento da dependência química através de um jogo terapêutico – Jogo Passo a Passo”, fruto do Trabalho de Conclusão de Curso, defendido no ano passado. Trata-se um jogo de tabuleiro para dependentes químicos e familiares. O objetivo é ajudar os participantes a aprender conceitos da psicoeducação, formular estratégias de prevenção à recaída e, sobretudo, promover o diálogo e interação. “Todos têm dúvidas que precisam ser esclarecidas. Os dependentes e os seus familiares encontram, no jogo, a possibilidade de aprender sobre a doença, desmistificar o que não tem respostas e colaborar, a partir da própria experiência, como tratamento dos demais jogadores. É uma ferramenta de aprendizado, autoconhecimento e aproximação”, detalhou Viviane. O Passo a Passo já foi reconhecido por prêmios, como o conferido pelo Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH), promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, neste ano. Em 2015, Viviane representará o país na etapa internacional, que acontecerá na Colômbia.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Design, in a changing, connected world

“Não podemos fugir das mudanças”, enfatizou o professor Ezio Manzini, na abertura da sua palestra, que abordou a inovação social, as iniciativas sustentáveis e o papel do Design neste contexto. Manzini partilhou a bagagem adquirida nos mais de 30 anos de atuação na área, sua visão sobre o passado e projeções. “As limitações humanas, e do nosso planeta, estão mais claros. Hoje, temos noção de onde estamos e o quanto ainda podemos ir, em se tratando de recursos naturais, por exemplo. Precisamos fazer as mudanças que são necessárias, considerando a nova forma de consumo e de interação que se instituiu: em rede”, alertou.

O professor resgatou os primeiros conceitos e aplicações do Design, a evolução através dos tempos, da produção industrial até a motivação social que existe hoje. Sob a perspectiva de que “o futuro é um período de transformação”, como definiu, ele recomendou os participantes a se abrirem para a experimentação. “O espírito da pesquisa também mudou. O espírito de busca contínua é fundamental e estamos repletos de oportunidades. O design pode ser promotor de experimentos sociais e canalizador de mudanças sociais, refletidos pelas pessoas, que são os recursos mais abundantes e capacitados que temos”, concluiu.

Veja mais fotos do evento no Flickr da Unisinos.

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