Segundo a Rede Latinoamericana de Food Design (RedLaFD), o food design descreve toda e qualquer ação que melhore a relação com os alimentos e com a comida nos seus mais diversos sentidos e aspectos. As ações podem se referir tanto ao design do produto comestível como a seu contexto, incluindo objetos, espaços, processos industriais, entre outros, que são intrínsecos a produção de alimentos e bebidas.
O estudo desse conceito é novo. Nos dias 21, 22 e 23 de outubro ocorre o 3º Encontro Latinoamericano de Food Design. O evento é gratuito e será realizado na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), na capital gaúcha.
Exposições, workshops, palestras e mesas redondas fazem parte da programação dos dois primeiros dias do Encontro. No dia 23, será realizado o 2º Simpósio Latinoamericano de educação em Food Design.
A nova tendência
Para o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Design da Unisinos, e palestrante do evento, Filipe Campelo o conceito Food Design não se resume somente ao prato elaborado. “A aparência do prato importa, mas é preciso desmistificar que só isso faça parte do conceito. A forma como o alimento é desenvolvido, serviços, produção, embalagens e educação alimentar fazem parte do estudo”, comenta.
Filipe explica que tanto o evento quanto o estudo da relação entre alimento e design não interessam somente designers. A área chama a atenção de cursos como Gastronomia, Design e Nutrição.
No evento, o coordenador abordará o tema: Design, Emoção e Alimentação: Oportunidades de investigação para cadeira produtiva alimentícia. “A ideia da apresentação é mostrar um panorama de pesquisas sobre o tripé: design, alimentos e emoção. Mostrando que as pessoas relacionam o alimento, sua forma e gosto com suas emoções. Trabalhamos bastante no campo de avaliar a reação emocional das pessoas com os alimentos que elas consomem”, explica.

Uvas “falsas” feitas pelo ex-aluno Ricardo Yudi Akiyoshi
O ex-aluno da universidade, Ricardo Yudi Akiyoshi, escreveu sua dissertação de mestrado em Design Estratégico em 2012. O mestrando desenvolveu exemplos de alimentos “falsos” que mexiam com os sentimentos das pessoas. “O Yudi desenvolveu uma uva falsa, que era gelatina, suco de uva tinto e glucosa. Ele aplicou esse teste com várias pessoas e criou uma tabela para que as pessoas expressassem seus sentimentos quando consumiam aquele alimento”, comenta.
Filipe indica o evento para todos. O campo é totalmente novo e não existe grande base teórica relevante no Brasil e no exterior. Por isso, é preciso trabalhar cada vez mais esse tema. “Pessoas comem mal. Alimentos envolvem todas pessoas do mundo. O Food Design é principalmente a relação qualificada da pessoa com o alimento saudável”, finaliza.
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Texto: Carolina Schaefer
Fotos: Divulgação